Nesta quinta feira, 15 de junho é o dia da conscientização contra o abuso de idosos, A data foi criada pela organização das Nações Unidas  (ONU) e tem como objetivo promover a conscientização sobre o crescente número de idosos que são acometidos por algum tipo de violência, seja ela física ou psicológica.

Todos os dias, pessoas com mais de 60 anos sofrem por sua idade. Violência física, violência psicológica, violência patrimonial, negligência.

Para especialistas, no entanto, há subnotificação dos casos. “Os números que chegam ao Disque Denúncia são apenas a ponta do iceberg que esconde a violência contra a pessoa idosa no nosso país”, afirma a gerontóloga Marília Viana Berzins, presidente do OLHE – Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento.

“Quando há uma íntima relação de proximidade entre a vítima e o agressor, é difícil romper a cadeia de violência”

“Os idosos têm medo e vergonha de fazer a denúncia, principalmente se o agressor está dentro de casa”, avalia a terapeuta ocupacional Mariela Besse, presidente do departamento de gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG – SP). Ainda mais se for o filho, a filha, a nora, o genro ou o neto.

Diante dela, “o idoso poderá ter reações de medo, vergonha ou culpa pelo fracasso das relações afetividade.

Diante desse cenário, a informação e a prevenção são os melhores antídotos.

“Não podemos concordar que seja normal pessoas terem seus direitos violados”, pontua Marília.

“É infinito o número de pessoas com mais de 60 anos que sofrem calados nos seus lares”

Mariela, da SBGG, reforça que há várias frentes a serem trabalhadas. “Uma delas é empoderar o idoso, para que ele conheça seus direitos, tenha voz ativa e se defenda. É preciso fazer cada vez mais campanhas de conscientização para levar informações e orientações sobre o que é violência contra os idosos, que isso não é normal e que há, sim, punição, porque isso é um crime. ”

TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO

Violência física: é o uso da força física para compelir os idosos a fazerem o que não desejam, para feri-los, provocar dor, incapacidade ou morte.

Violência psicológica: corresponde a agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar, humilhar, restringir a liberdade ou isolar do convívio social.

Violência sexual: refere-se ao ato ou jogo sexual de caráter homo ou hetero-relacional, utilizando pessoas idosas. Esses abusos visam a obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças.

Abandono: é uma de violência que se manifesta pela ausência ou deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro a uma pessoa idosa que necessite de proteção e assistência.

Negligência: refere-se à recusa ou à omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos por parte dos responsáveis familiares ou institucionais. É uma das formas de violência mais presentes no país.

Violência financeira ou econômica: consiste na exploração imprópria ou ilegal ou ao uso não consentido pela pessoa idosa de seus recursos financeiros e patrimoniais.

Violência medicamentosa: é administração por familiares, cuidadores e profissionais dos medicamentos prescritos, de forma indevida, aumentando, diminuindo ou excluindo os medicamentos.

Violência emocional e social: refere-se a agressão verbal crônica, incluindo palavras depreciativas que possam desrespeitar a identidade, a dignidade e a autoestima.