O uso de drogas psicoativas, aquelas que causam alguma alteração no funcionamento cérebro, é tão antigo quanto os seres humanos. A droga foi usada no início das civilizações por razões religiosas e em um segundo momento como uma fonte de prazer.

As drogas psicoativas, como o álcool, a maconha ou a cocaína, produzem efeitos por vezes agradáveis e por vezes desagradáveis. Elas sempre causam alterações no cérebro e com isso uma mudança das funções psicológicas, como a atenção, a memória, a percepção sensorial ou a forma de se relacionar com o mundo.

 

Quando o uso de drogas vira uma doença?

 

Quem usa uma droga por vezes desconhece que pode perder o controle, que pode ficar doente na ausência da droga, que pode vir a fazer mal para si ou para outras pessoas. As consequências podem vir a se tornar doenças graves como o câncer, problemas cardíacos, hepáticos ou sintomas como impotência sexual, falta de energia ou vontade de suicidar.

Mas afinal o que é ser dependente de uma droga?

 

  •  A perda do controle do uso da droga, o dependente não consegue interromper ou uma vez que começa a usar não consegue controlar as quantidades de droga que usa.
  • A substituição progressiva de atividades importantes como o lazer ou trabalho pelo uso da droga
  • A persistência do uso da droga apesar das suas consequências negativas
  • A presença de fissura, ou seja uma vontade muito grande, quase incontrolável de usar a droga que pode aparecer a qualquer hora do dia ou da noite.

Quanto tempo leva para eu me tornar dependente a uma droga?

 

Se tornar dependente de uma droga é um processo que pode ser bastante rápido e depende muito do tipo de droga, da idade em que começa o uso e de uma propensão familiar (genética) de se tornar dependente. Drogas como o crack ou a heroína podem causar dependência desde os primeiros usos.

Sintomas de Dependência química

Alguns dos sintomas da dependência química são:

  • Desejo incontrolável de usar a substância
  • Perda de controle (não conseguir parar depois de ter começado)
  • Aumento da tolerância (necessidade de doses maiores para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância)

 

Sintomas de abstinência:

Sudorese

  • Tremores
  •  Ansiedade quando a pessoa está sob efeito da droga

BUSCANDO AJUDA MÉDICA

É importante que o indivíduo com dependência química procure ajuda com profissionais da saúde quando ocorrem situações nas quais a substância está influenciando negativamente a saúde física e/ou rotina, funções acadêmicas e/ou profissionais e as relações pessoais

TRATAMENTO E CUIDADOS

O tipo de ajuda mais adequado para cada pessoa depende de suas características pessoais, da quantidade e padrão de uso de substâncias e se já apresenta problemas de ordem emocional, física ou interpessoal decorrentes desse uso.

A avaliação do paciente pode envolver diversos profissionais da saúde, como médicos clínicos e psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros. Quando diagnosticada, a dependência química deve contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar o sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da doença.

Convivendo/ Prognóstico

A dependência química geralmente representa um impacto profundo em diversos aspectos da vida do indivíduo e também daqueles que estão ao seu redor. Dada a sua complexidade, é interessante que os programas de tratamento sejam multidisciplinares para atender às diversas necessidades do paciente (aspectos sociais, psicológicos, profissionais e até jurídicas, conforme demonstrado em diversos estudos), sendo mais eficaz na alteração dos padrões de comportamentos que o levam ao uso da substância, assim como seus processos cognitivos e funcionamento social.

Para manter-se livre das drogas, o indivíduo terá que realizar uma série de mudanças em seu estilo de vida. Por exemplo, evitar locais e situações que sejam associados ao uso, (re) aprender “fontes de prazer” que não as que estejam relacionadas ao consumo – geralmente, pessoas com problemas com drogas afastam-se todas as formas de lazer, hobbies, relacionamentos, etc, e retomar a uma vida “careta” pode ser uma das tarefas mais difíceis no processo de recuperação.

 

Expectativas

Não podemos afirmar que há uma cura para a dependência química. Ela é uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão, totalmente passível de tratamento. Vale ressaltar que além de cessar o consumo, um tratamento eficaz é aquele que consegue auxiliar o indivíduo a retomar o funcionamento produtivo na família, no trabalho, na sociedade e no trabalho.

De acordo com o National Institute on Drug Abuse (NIDA), estima-se que cerca de 40 a 60% dos pacientes tem recaídas – números bem próximos de outras doenças crônicas, como a hipertensão (50 a 70%) e a asma (50 a 70%). Ainda, é importante frisar que a recaída é parte do processo terapêutico e indica que o tratamento deve ser revisto e ajustado.