Maio é o mês de conscientização sobre as doenças da tireoide. Neste ano, o foco da campanha, que marca o Dia Internacional da Tireoide (25/05), serão os Hormônios Tireoidianos, seus usos indevidos e a requisição desnecessária de exames de dosagem hormonal, por especialistas e até não médicos.

De acordo o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Alexandre Hohl, o Brasil enfrenta uma “epidemia” de pedidos de exame de dosagem hormonal para rastreio de doenças que não condiz com as recomendações para o diagnóstico da maioria das enfermidades de funcionamento da tireoide.

Além disso, há prescrição indevida de hormônios tireoidianos para pacientes sem disfunções ou sintomas que caracterizam a necessidade da recomendação.

Queixas comuns, como ganho de peso, cansaço, indisposição, falta de energia e memória ruim, facilmente explicadas pelo atual estilo de vida intenso, com alto nível de estresse, alimentação desequilibrada e falta de atividade física regular, hoje recebem um diagnóstico clínico: alteração hormonal.

A glândula tireoide, localizada na porção anterior do pescoço, bem abaixo da cartilagem cricoide, consiste em 2 lobos ligados por um istmo. As células foliculares na glândula produzem os 2 principais hormônios tireoidianos:

 

Tetraiodotironina (tiroxina, T4)

Triiodotironina (T3)

Esses hormônios atuam em células em virtualmente todos os tecidos do organismo, associando-se a receptores nucleares e alterando a expressão de uma grande quantidade de produtos gênicos. O hormônio tireoidiano é necessário para o desenvolvimento normal dos tecidos cerebral e somático nos fetos e recém-nascidos e, em todas as idades, regula o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras.

T3 é a forma mais ativa na ligação ao receptor nuclear; T4 tem somente atividade hormonal mínima. Entretanto, T4 tem efeito muito mais duradouro e pode ser convertida em T3 (na maioria dos tecidos) e, dessa forma, serve como um reservatório para T3. Uma 3ª forma de hormônio tireoidiano, T3 reverso (rT3), não possui atividade metabólica; as concentrações de rT3 se elevam em certas doenças.

Além disso, as células parafoliculares (células C) secretam o hormônio calcitonina, que é liberado em resposta à hipercalcemia e reduz as concentrações séricas de cálcio ( Visão geral dos distúrbios da concentração de cálcio : Regulação do metabolismo de cálcio).