As infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) não são restritas ao âmbito hospitalar. A prática da higienização das mãos mencionada anteriormente, antes de qualquer procedimento, e o uso de roupas limpas são meios para reduzir a probabilidade de infecções, inclusive no domicílio, e garantir ambiente seguro ao usuário. É preciso ter ciência que os micro-organismos ditos “hospitalares” muitas vezes permanecem no indivíduo desospitalizado alguns meses após a alta, o que não necessariamente significa infecção ou necessidade de tratamento específico.

Outro aspecto relevante na prevenção de infecções é a padronização de procedimentos invasivos no domicílio, como paracentese, punção venosa e coleta de sangue para exames laboratoriais, por meio de protocolos assistenciais ou Procedimentos Operacionais Padrão (POPs). Essa medida visa a garantir que o usuário seja atendido de forma segura, de acordo com técnica asséptica adequada.

Além disso, a presença de dispositivos como sondas de traqueostomia e de gastrostomia e cateteres vesicais favorecem infecções e por isso requerem atenção e monitoramento específicos. Destaca-se que o posicionamento inadequado do usuário interfere na aspiração de conteúdo da orofaringe, logo, atentar-se para este fator é uma das medidas de prevenção de infecção do trato respiratório.

É importante, também, a realização da higiene oral e o tratamento odontológico, quando necessário, a fim de se reduzirem focos infecciosos. A observação do cuidado pela equipe de saúde durante o manuseio de dispositivos ou realização de cateterismo vesical intermitente pelo cuidador ou usuário também promove a qualificação do executor na técnica e reduz risco de contaminações.
Também se deve dar atenção às lesões por pressão e feridas, que são grande foco de infecções no âmbito domiciliar.
Sugere-se, por fim, que os serviços estabeleçam e monitorem indicadores de incidência e prevalência de infecção no domicílio.