No Brasil, o crescimento da população idosa vem sendo aumentado cada vez mais. São consideradas idosas as pessoas com 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento. E decorrentes disso, surge inúmeras doenças significativas. Uma delas são os transtornos do humor, que são as desordens psiquiátricas mais comuns entre indivíduos com 60 anos ou mais. Dentre esses, estão a depressão maior, a distimia e os sintomas depressivos clinicamente significativos (SDCS). Em indivíduos portadores de doenças clínicas, as taxas são ainda mais elevadas. Por exemplo, 20% dos pacientes com doença coronariana apresentam transtornos depressivos. Taxas semelhantes são descritas em uma série de doenças clínicas típicas dos idosos, como doença de Parkinson, doença cerebrovascular e doença de Alzheimer.

A síndrome depressiva é caracterizada pela presença de humor predominantemente depressivo e/ou irritável e anedonia (diminuição da capacidade de sentir prazer ou alegria). Existe uma sensação subjetiva de diminuição de energia (cansaço, fadiga), desinteresse, lentificação, pensamentos pessimistas e ideias de ruína. Em geral, esses sintomas são acompanhados de modificações no sono e apetite, prejuízo cognitivo, alterações comportamentais e sintomas físicos. Podem ocorrer delírios ou alucinações congruentes com o humor como delírios de culpabilidade excessiva ou de saúde muito ruim, delírios de pobreza ou persecutórios, as alucinações são menos comuns, mas podem aparecer e tendem a ser visuais ou olfatórias. Os profissionais da saúde que lidam com este grupo etário devem ficar atentos aos sintomas depressivos mascarados, como dores inespecíficas, adinamia, insônia, perda de peso e queixas subjetivas de perda da memória, evitando imputar estas queixas ao envelhecimento pois os tratamentos disponíveis melhoram muito os sintomas e a qualidade de vida dos indivíduos acometidos.